Aluno de projeto social do CBMCE salva o pai com técnica aprendida nas aulas

10 de janeiro de 2018 - 20:11

Aluno de projeto social do CBMCE salva o pai com técnica aprendida nas aulas



A noite era a da véspera de Natal. Em casa, Gabriel Souza Lima, de 15 anos, participava de uma confraternização em família. Todos estavam voltados para o pai dele, que contava histórias e brincava. Inesperadamente, um engasgo. E a angústia tomou conta dos presentes.

“Ele se engasgou com um pedaço de abacaxi. Todo mundo se aperreou, começaram a tentar fazer umas manobras inadequadas, botando a mão na garganta, batendo nele”, relembra Gabriel. Nesse cenário de confusão e desespero, o jovem garante que conseguiu manter a calma. Lembrando-se das aulas do projeto Jovem Brigadista de Valor (JBV), no qual havia ingressado há poucos meses, procurou escolher a melhor estratégia para lidar com a situação.

“Ele já meio que caindo, desmaiando, perdendo a claridade do olho e eu fiz a manobra de Heimlich. Ele reagiu, foi voltando ao normal, respirando… O abacaxi tava na boca dele. Deu certo!”, comemora.


A técnica utilizada consiste em compressões feitas no abdome do engasgado por um socorrista, que o “abraça” por trás. “O objetivo é forçar a saída do ar dos pulmões pelo caminho que está bloqueado com a comida ou outro tipo de objeto, empurrando o corpo estranho de volta para fora da garganta”, explica o soldado Vinicius de Freitas Bezerra, instrutor da turma de JBV que funciona no Quartel do José Walter, da qual Gabriel faz parte.

Animado, o jovem relata ter buscado o JBV com o objetivo de se capacitar para ajudar as pessoas. E revela que os frutos do episódio vão além do sucesso da ação de socorro propriamente dita. “Eu não tenho muito convívio com meu pai, a gente não era muito chegado, mas esse acontecimento acabou aproximando mais a gente”, explica.

A atitude corajosa e bem-sucedida também inspira quem tem a responsabilidade de ensinar. “Esse episódio eu vejo como fruto de um trabalho, do trabalho que nós estamos realizando e que pretende continuar por muitos anos, enfrentando amarguras, mas colhendo também esses frutos doces. É um sentimento maravilhoso de dever cumprido”, avalia o soldado Vinícius.