Cães de Busca e Resgate do Corpo de Bombeiros alcançam Certificação Nacional

26 de junho de 2021 - 11:50 # # # # # # #

Texto: 1º Tenente Francisco Eduardo Fideles Dutra - Assessoria de Comunicação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE).

Cães de Busca e Resgate do Corpo de Bombeiros alcançam Certificação Nacional, na cidade de Magé/RJ

binômios, tenente Eliomar e Nala, subtenente J Maria e Tupã e soldado Gomes e Anny

Cães de Busca e Resgate do Corpo de Bombeiros alcançam Certificação Nacional, na cidade de Magé/RJ. Mais três cães passam a fazer parte da lista de certificados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). Nala, Tupã e Anny, estão aptos para atuar nas ocorrências de busca que envolvem a corporação, formando os binômios com os respectivos bombeiros militares, tenente Eliomar, subtenente J Maria e soldado Gomes.

No período de 21 a 25 de junho de 2021 os binômios ( bombeiro e cão) foram provados em testes de obediência, destreza e busca urbana e rural. Contudo, a etapa sudeste da Certificação Nacional de Cães de Busca e Salvamento se realizou na Seção de Operações com Cães do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMRJ), na cidade de Magé no Rio de Janeiro.

Na etapa participaram os binômios do Ceará, como também quatro militares do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), como observadores, além dos binômios do Rio de Janeiro.

Os Árbitros foram do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso (CBMMT), o major Marcondes e o sargento Everson que são árbitros credenciados pela LIGABOM e pelo CONABRESC. A LIGABOM foi criado em 2003, o Conselho é um Órgão Colegiado composto pelos Corpos de Bombeiros Militares de todo País e representante legítimo desta classe junto a diversos Órgãos em todas as esferas, mas especialmente junto à Federação. Enquanto que a CONABRESC é um colegiado específico da área de busca e resgate e salvamento com cães.

major Marcondes (CBMMT), árbitro credenciado pela LIGABOM e CONABRESC

A Certificação

A certificação é composto por uma prova de busca e uma prova de obediência. A prova de busca é um simulado de uma ocorrência, com uma área delimitada, um número de vítimas definido e um tempo cronometrado. A avaliação não apenas considera pontuação por localizar a vítima, como também a estratégia de busca, o trabalho do binômio (bombeiro & cão), a qualidade que o cão apresenta, a capacidade física dele e, lógico, a indicação dele quando localizar a vítima.

De acordo com o tenente Eliomar, “nossos cães fazem a função de achar vítima viva ou morta, então fizemos provas dois tipos de trabalho. Além de participarem de todas as modalidades: busca em ambiente rural (floresta) e em escombros (busca urbana)”, destacou o 1º oficial do Estado do Ceará a certificar um cão de busca e resgate.

“A nossa equipe já teve bastante sucesso, pois participamos de tudo, mas os destaques foram: Tupã achando o objetivo em menos de 1 min nas provas de ambiente urbano, Anny sendo uma das melhores na busca rural com 2 vítimas (nível A) e Nala sendo a melhor da obediência no nível inicial (V)”, relatou o oficial.

Esses eventos contam como verificação de conhecimentos não apenas dos cães, mas também dos cinotécnicos, ou seja, os condutores. Por isso, são testadas as técnicas utilizadas no serviço de busca e resgate de pessoas.

soldado Diego Gomes e Anny (Binômio)

soldado Diego Gomes e Anny (Binômio), destaque na Prova Rural

Um pouco mais sobre os padrões das provas de certificação

De modo geral: Nível V – Inicial. Nível A – Intermediário. Nível B – Avançado.

Em relação a tempo, número de vítimas e área de prova. Para fazer a prova Nível A, tem que ter a prova V e para fazer a prova Nível B, tem que ter duas A. O limite de 4 provas para vivo e o limite de 2 provas por modalidade. Contudo, o tenente Eliomar e o subtenente J Maria fizeram todas as provas possíveis. Enquanto que o soldado Gomes já tem o SENABOM, ou seja Nível B. Então só fez somente as provas de Rural. Como também, para toda prova de busca tem que fazer uma prova de obediência equivalente.

Nível iniciante

Para o Nível V, os parâmetros são: 1 vítima, no tempo de 10 min. Sendo observado a área de 5000 m², para busca Rural, e, 600 m² para busca Urbana. Enquanto para as buscas com Restos mortais o cão tem que indicar o COV (composto orgânico volátil), comprovando que ele busca a vítima morta.

Nível intermediário

Já no Nível A – os parâmetros são: 2 vítimas, no tempo de 15 min, para a área Rural e 20 min para a área Urbana. Sendo observado a área 20000m2, para busca Rural, e 1000m2 para área Urbana, com torre e compartimento fechado. Enquanto que para as buscas com Restos mortais o cão tem que indicar 1 COV, (composto orgânico volátil), comprovando que ele busca a vítima morta, e não deve indicar o 1 Fake (animal morto) que é colocado para deixar a prova mais difícil.

Para a prova de Obediência nível V, os exercícios pedem: Deitado ao lado com distração, junto e grupo de pessoas com guia, mudança de posição, túnel, prancha rígida, “aqui”, passar por materiais desagradáveis e transporte por outra pessoa. Para o Nível A, na prova de Obediência, os exercícios pedem: Fica com distração, junto e grupo de pessoas sem guia, túnel, prancha instável, escada, controle a distância, direcionamento a distância, transporte por outra pessoa e busca de objeto.

Avaliação

De acordo com o tenente Eliomar, “a certificação é uma comprovação formal que o cão executa o serviço. É uma prova, um mecanismo de avaliação, não quer dizer que o cão só é bom se passar na certificação. Porém, é uma forma de testarmos não apenas o cão, como todo nosso treinamento. Exemplo a Nala, minha cadela, conseguiu 5 certificações, mas o que ficou pra mim foi verificar os pontos que temos que melhorar, a condição física dela, melhorar o treinamento dos fundamentos básicos de busca, como o latido. Volto muito feliz pelas conquistas e ainda mais engajado para melhorar e direcionar o treinamento a fim de obtermos sucesso, também, em ocorrências reais”, avaliou o oficial.

Segundo o subtenente J. Maria, “o treinamento de um cão de bombeiro dura em média 2 anos. Conseguir a certificação após aprontar um cão, o trabalho diário desde o nascimento do animal, é apenas a consequência, o resultado positivo do nosso serviço. A aprovação nessa prova garante que temos um domínio sobre o nosso cão, há uma relação do binômio (bombeiro & cão), o animal está condicionado para a atividade de busca e resgate que pode ser empregado em operações reais”, concluiu o subtenente, tutor do cão Tupã, que logrou o maior número de certificações.

subtenente J. Maria e o Tupã (Binômio), destaque com tempo abaixo de 1 minuto

Resumo das certificações

Nala: 5. Tupã: 6. Anny: 2

Rural Vivo – Nível V: Nala, Tupã e Anny. Rural Vivo – Nível A: Tupã e Anny. Restos Mortais – Nível V: Nala e Tupã. Restos Mortais Urbano – Nível A: Nala e Tupã. Urbana Vivo – Nível V: Nala e Tupã. Urbana Vivo – Nível A: Nala e Tupã.

A escolha das raças

Os cães de busca e resgate do Corpo de Bombeiros depois do treinamento passam por certificações estaduais, regionais e nacionais. São provas feitas para comprovar que os animais estão aptos a realizarem o serviço de busca. Até hoje, o percentual de aprovação tem sido 100%.

Como também, o comandante da CBRESC considera a escolha das raças um ponto importante para o sucesso do trabalho da companhia. “Você tem que considerar a regionalidade do lugar. Aqui na capital a temperatura dá 28º, é até razoável. Mas no sertão, a gente já mediu em solo e ela chega a dar 42º. Não é toda raça de cão que aguenta isso. Quando você vai trabalhar o cão como ferramenta você tem que saber para o que você quer. No nosso caso, que é busca e resgate de pessoas, tenho que ter um cão que ofereça resistência física, boa envergadura, dinâmica e que goste de ser humano. As raças que mais se adaptaram para nós foi o Pastor Belga de Malinois, Boiadeiro Australiano e o Labrador”, esclarece o capitão Wilson Correia Lima.

Em síntese, atualmente a Companhia de Busca e Resgate com Cães (CBRESC) do Batalhão de Busca e Salvamento (BBS) dispõe de 13 cães, nominados a seguir: Anny, Brown, Dana, Dara, Duque, Flash, Gaia, Inês, Nala, Noah, Tupã, Lara e Zeus. Das seguintes raças: 3 Border Collies; 2 Malinois; 6 labradores; 1 Braco Alemão e 1 Boiadeiro Australiano.

Veja mais

Prova de obediência, tenente Eliomar e Nala (binômio)

Bloco de Aparelhos – Obediência, tenente Eliomar e Nala (binômio)