Corpo de Bombeiros esclarece: por que não se deve por fogo em lixo nem em vegetação
29 de junho de 2017 - 15:12
Corpo de Bombeiros esclarece: por que não se deve por fogo em lixo nem em vegetação
O alarme que soa a qualquer hora do dia ou da noite pode significar uma grande variedade de coisas dentro de um quartel do Corpo de Bombeiros. Mas, na maior parte das vezes, a motivação do sinal sonoro está em algum vazamento de gás de cozinha ou em incêndios em lixo/vegetação. No ano passado, até a metade do ano, o primeiro tipo de ocorrência dominava completamente o registro de ações operacionais desenvolvidas pelo CBMCE na capital e na Região Metropolitana. Foram mais de 700 chamados, contra cerca de 330 do segundo.
Mas, a partir de julho, com o encerramento definitivo do período chuvoso do ano a que se costuma chamar de inverno no Ceará, o panorama mudou radicalmente. Não porque haja diminuído o número de ocorrências envolvendo gás, que se manteve razoavelmente estável, mês a mês, até o fim do ano. Mas porque explodiu o número de incêndios a céu aberto. Só em julho, o mês com a menor incidência desse tipo de problema no segundo semestre, houve a mesma quantidade de registros de todo o primeiro semestre. E, dali para a frente, o quadro só se agravou.
“Se compararmos a primeira metade do ano de 2016 com a segunda, houve um aumento de mais de 800% no número de ocorrências envolvendo fogo em monturos e e em vegetação. O aumento em si não é uma novidade, já que o fim do primeiro semestre sempre marca o início da época mais seca do ano, quando qualquer ponta de cigarro pode desencadear grandes incêndios. Mas no ano passado a diferença foi a maior que já registramos. E isso deve servir de alerta à população para os próximos meses”, explica o o coronel Luiz Carlos Viana, comandante-adjunto do CBMCE.
O alerta tem uma razão muito clara: quase todos os incêndios a céu aberto registrados em nosso estado têm causa humana, seja ela intencional ou não. Por mais seco que seja o clima, o fogo só surge espontaneamente em condições excepcionais, normalmente ligadas à incidência de raios. A vegetação ressecada não sofre combustão espontânea. Por outro lado, basta uma fagulha causada pelo desleixo de uma pessoa para desencadear a combustão que, com mato ou lixo seco em abundância, pode atingir enormes proporções, causando prejuízos irreparáveis.
“O fogo em lixo libera, na forma de vapor e partículas milimétricas, toxinas extremamente prejudiciais à nossa saúde e ao meio ambiente, principalmente devido à grande quantidade de plástico que nós descartamos hoje em dia. Já o fogo em vegetação, além da fumaça tóxica que produz, prejudica especialmente a natureza, matando plantas e animais e, com isso, reduzindo a biodiversidade local. E tanto um quanto o outro oferecem riscos imediatos à vida e ao patrimônio, caso haja imóveis comerciais ou residenciais nas proximidades, que muitas vezes acabam atingidos”, explica o coronel Francisco William Lopes Rodrigues, coordenador operacional do CBMCE.