96 anos do CBMCE – Lançamento da Pedra Fundamental do Museu do Corpo de Bombeiros

6 de agosto de 2021 - 16:57 # # #

Texto: Hans Nelivando Rabelo, Tenente Coronel do CBMCE, Arquiteto e Urbanista, CAU n. 271334-9

LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DO MUSEU DO CORPO DE BOMBEIROS

Museu do Corpo de Bombeiros (MCB)

96 anos do CBMCE – Lançamento da Pedra Fundamental do Museu do Corpo de Bombeiros. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) na manhã desta sexta-feira, 6 de agosto de 2021, como parte da programação de comemoração dos 96 anos de criação, realizou solenidade referente a Pedra Fundamental do lançamento do Museu do Corpo de Bombeiros (MCB) que será instalado no prédio do Quartel do Comando Geral do CBMCE.

Em breve, o Comando Geral do CBMCE irá para uma nova sede, o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) que abrigará todas as vinculadas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social(SSPDS) do Estado do Ceará.

Objetivo

O objetivo da instituição do Museu do Corpo de Bombeiros como mais novo equipamento público cultural e histórico inserido no Ceará, será apresentar a sociedade alencarina a comunicação da memória histórica dos Corpos de Bombeiros e, em particular, da história do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará.  O Museu do Corpo de Bombeiros será instalado no prédio histórico do Comando Geral do CBMCE no Centro de Fortaleza, cujo nome é em homenagem ao seu décimo segundo Comandante Geral, o Coronel Agostinho Pereira Neto.

Programa Museológico

No Programa Museológico em desenvolvimento e, tendo por base o acervo existente e o acervo prospectado existirão diversos espaços de exposições, citem-se os seguintes: Memorial “Heróis Do Fogo”, Linha do Tempo dos Corpos De Bombeiros, Espaço de Materiais Operacionais, Espaço Fardamentos e Insígnias, Espaço de Memória Iconográfica, Espaço Interativo/Lúdico destinado a crianças e adolescentes, Espaço Memorial Digital e Multimídias, Espaço para Viaturas Operacionais Antigas, Espaço de Pesquisa Do Fogo, Espaço dos Ex-Cmts Gerais, Biblioteca Operacional e Arquivo Histórico do CBMCE, Espaço Escritora Raquel de Queiroz e, por fim um Espaço para Instalações Artísticas, Culturais e Institucionais de artistas regionais do Ceará.

Comissão de Criação do Museu

Para tanto, foi designada pelo Coronel Comandante Geral do CBMCE, Ronaldo Roque de Araújo no Boletim do Comando Geral n ° 092, em 18 de maio de 2021, sobre a presidência do primeiro, a Comissão Especial de Criação do Museu do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, composta pelo CEL QOBM Francisco ZÉLIO Martins de Meneies Júnior – Presidente, Ten Cel QOBM HANS Nelivando Rabelo – Vice-Presidente, Major QOBM Roberto HUGO Martins – Membro, 1° Ten QOABM José LUCIANO Viana do Nascimento – Membro e ST BM SALVIANO Ribeiro dos Santos Filho – Membro.

Acordo de Cooperação Técnica

Tal Comissão tem como competência representar o CBMCE em articulações institucionais com outras Secretárias de Estado para a instituição do MCB cuja missão é preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória e os valores históricos, o patrimônio material e imaterial dos Corpos de Bombeiros, por meio de ações e valores de sustentabilidade e convivência que visem a democratização do acesso ao acervo musealizado das corporações, visando o estimulo a reflexão e ao pensamento crítico da sua história, sobretudo quanto as suas ações no combate e prevenção contra incêndios, contribuindo para o fortalecimento da identidade prevencionista da sociedade e a reflexão da história dos Corpos de Bombeiros e seu legado.

Ainda será objeto da Comissão firmar parceria institucional com a Secretaria da Cultura do Estado, Secult, através de Acordo de Cooperação Técnica, o desenvolvimento de todo Plano Museológico e seus diversos programas, destacando-se: Programa Institucional, Programa de Gestão de Pessoas, Programa de Acervos, Programa de Exposições, Programa Educativo e Cultural,  Programa de Pesquisa, Programa Arquitetônico-urbanístico, Programa de Segurança, Programa de Financiamento e Fomento, Programa de Comunicação, Programa Socioambiental e Programa de Acessibilidade Universal.

Tombamento

O Casarão Vermelho tem tombamento histórico e cultura pela Secretária da Cultura da Prefeitura de Fortaleza e pelo Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (COMPHIC) pela lei nº 9.108 de 24 de agosto de 2006.

O prédio está localizado no Bairro do Jacarecanga, tendo como projetista o Engenheiro Militar Capitão José Rodrigues da Silva. A data de início da construção do prédio foi o dia 5 de janeiro de 1934 e sua inauguração foi em 7 de setembro de 1934. Possuindo o prédio histórico aproximadamente 1.110m2 de área construída em uma área de 6.163m2, atualmente funcionam diversos serviços, setores e um Quartel Operacional do CBMCE.

O contexto urbano de sua construção na cidade de Fortaleza esta consolidava o Jacarecanga como um bairro residencial das elites, surgindo em paralelo o novo Código de Posturas de Fortaleza (1932), em substituição de 1893 e o Plano de Remodelação e Extensão da Cidade de Fortaleza (1932) elaborado pelo Arquiteto e Urbanista Nestor Figueiredo, além da construção do primeiro edifício vertical de Fortaleza, o Excelsior Hotel, com sete pavimentos (1931).

O Casarão Vermelho

O Edifício é construído na linguagem Art Déco, estilo arquitetônico moderno consolidado por um contexto de modernidade urbana das cidades a partir da década de 30, assinalado pelo progresso material, tecnificação, maior racionalidade e funcionalidade dos edifícios, sendo marcado pela influência norte-americana, pela Segunda Guerra Mundial e pela divulgação de novos referenciais estéticos.

O Casarão Vermelho tem sua inserção urbana tradicional no amplo terreno que abriga seu edifício caracterizado pela simetria das fachadas e pela sua volumetria com um jogo de volumes tendo um paralelepípedo central com altura imponente de 4,00m de pé direito e dois pavimentos, destacada dos outros paralelepípedos laterais com altura medianas, fazendo um jogo volumétrico e espacial interessante.

A estilização dos seus elementos estruturais (vigas, pilares e marquises) leva ao edifício um forte apelo ornamental e decorativo destacando esses elementos das paredes através de cores justapostas e diferentes materiais como madeira, vidro, mármore branca e ferro fundido. A incorporação da tipografia é outra característica marcante da edificação em fachada externa trazendo o nome da corporação e do brasão do Brasil. Na espacialidade interna  percebe-se amplos espaços com pé direito alto e devidamente integrados com o fluxo de uso do edifício, tendo em sua entrada principal um portão em aço fundido trabalho artisticamente cujos brasões destacam-se em suas folhas.

Ao adentrar ao Casarão vislumbra-se uma imponente escada bipartida em mármore branca originalmente com corrimãos em alumínio e coberta com um tapete carpete fica a escada na cor vermelha cardeal. Seus espaços internos foram projetados para se ter uma ampla iluminação natural e uma ventilação cruzada Leste-Oeste, sobretudo com uso de brises inclinados pré-moldados nas robustas paredes estruturais predominantes no edifício favorecendo o conforto ambiental.

Capsula do Tempo

A cerimônia do lançamento da Pedra Fundamental do MCB se dá com a guarda de uma Capsula do Tempo que contém diversos documentos contemporâneos institucionais, históricos e Cartas de Autoridades locais para serem reveladas com sua abertura em 30 anos, ou seja, em 2051.

96 anos do CBMCE - Lançamento da Pedra Fundamental do Museu do Corpo de Bombeiros

A Cápsula do Tempo do MCB é feita em liga especial de aço inox 304 no formato de cilindro com diâmetro de 4 ½” (11,43 cm), tendo em seu exterior inscrições em baixo relevo com a logomarca do MCB e com as data de lacração e de abertura da Capsula, sendo protegida até a abertura em 2051 por um receptáculo em concreto localizado a 1,20 m de profundidade, localizado na fachada Oeste do Prédio do Comando Geral do CBMCE, tendo como demarcação um monólito ou obelisco em mármore branca com dados da Cápsula e o Brasão Histórico do CBMCE. A Cápsula do Tempo possui uma réplica exata que estará em exposição no futuro Museu do CBMCE.

Texto: Hans Nelivando Rabelo, Tenente Coronel do CBMCE, Arquiteto e Urbanista, CAU n. 271334-9.

Vidas alheias e riquezas salvar!