CBMCE recebe capacitação pioneira para o combate a incêndios urbanos

5 de novembro de 2025 - 09:42 # # # # #

O treinamento foi desenvolvido para aprimorar a capacidade de ação e tomada de decisão dos agentes, com novas técnicas de combate em edificações verticalizadas

Fogo, fumaça, escadas e outros desafios simulando os cenários enfrentados no combate a incêndios urbanos. Esses elementos estão na intensa rotina dos bombeiros militares que participam da primeira turma do Curso de Operações de Incêndio em Edificações Verticalizadas (Coiev). A capacitação pioneira no estado é uma realização do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) em parceria com a Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp).

O curso teve início em 20 de outubro e se estende até 14 de novembro, totalizando 200 horas-aula. As atividades estão acontecendo na 4ª Companhia do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (4ªCIA/1ºBBM), no bairro José Walter, em Fortaleza.

De acordo com o idealizador do curso e coordenador da primeira turma, major Filipi Ribeiro, o treinamento foi desenvolvido para aprimorar a capacidade de ação e tomada de decisão dos agentes, com novas técnicas de combate em andares elevados, a fim de assegurar resposta mais eficiente.

“Os alunos são treinados à exaustão. Diariamente, sobem altura de 30 andares para que estejam aptos a combater esse tipo de incêndio. Eles são submetidos a simulações reais com fogo no simulador de incêndio, de modo a trazer a realidade operacional”, explica.

Com experiência de 19 anos no CBMCE, o major Ribeiro fala sobre as dificuldades que se apresentam durante o atendimento nesse tipo de ocorrência.

“Uma das principais dificuldades é a evacuação de público, que são as vítimas que podem sair. A gente tem, muitas vezes, edificações com alto número de habitantes. Fazer a evacuação correta desse público é um fator que gera dificuldade. A maior dificuldade de todas é o salvamento das vítimas que estão em andares sinistrados próximos ou tomados pela fumaça. Quanto mais elevado o edifício, mais demorada é a nossa chegada”, detalha.

Outra dificuldade é garantir suprimento de água para combate em andares mais elevados quando os sistemas preventivos não operam corretamente. É preciso muito preparo técnico e físico para garantir que a água chegue em tempo hábil ao andar de combate ao fogo.

“Muitas vezes, [a ocorrência] exige dos militares transportar mangueiras por 20, 30 pavimentos, prédio acima, vestindo todo o Equipamento de Proteção Individual e sistema de respiração. Isso tudo requer uma capacidade elevada do bombeiro atuar”, reforça.

O EPI utilizado pelos bombeiros militares (roupa de proteção, capuz, luvas, botas, capacete e equipamento de proteção respiratória) pesa cerca de 22 quilos. Se adicionar equipamentos para combate, como mangueiras, esguichos e equipamentos de entrada forçada, pode chegar a aproximadamente 40 kg.

Uma das vagas do curso foi conquistada pela 1ª tenente Bruna dos Santos Nobre, de 35 anos. Segundo ela, o treinamento é fundamental para que ela sinta mais segurança para agir em cenários complexos.

“Tem sido dias intensos, mas também gratificantes, porque a nossa corporação está se preparando para enfrentar esses cenários que já se apresentam. A gente passa pelo simulador de incêndio, participa de exercícios com fogo real, observando o fenômeno extremo do fogo, que é o rollover, e as fases de desenvolvimento do incêndio”, diz.

 

Com quatro anos na corporação, a tenente está vinculada operacionalmente ao Quartel 15 de Outubro – 2ª Companhia do 1° Batalhão do CBMCE. O Quartel foi inaugurado em março deste ano, foi erguido no bairro Dionísio Torres, onde ficava o Edifício Andrea. A região tem como característica a verticalização de edificações residenciais e comerciais.

 

 

Larissa Falcão – Ascom Casa Civil – texto
Ascom Aesp – texto Yuri Leonardo – Casa Civil – infográfico