Corpo de Bombeiros resgatou 347 banhistas em situação de afogamento

22 de julho de 2025 - 12:37 # #

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) | Capitão Francisco Eduardo Fideles Dutra

Corpo de Bombeiros resgatou 347 banhistas em situação de afogamento em praias do Ceará

Guarda-vidas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará

Corpo de Bombeiros resgatou 347 banhistas em situação de afogamento. A princípio, os dados operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), referentes ao primeiro semestre de 2024 e 2025, revela uma redução nos casos de afogamento. Entre janeiro e junho de 2024, o CBMCE registrou 396 ocorrências de afogamento. No mesmo período de 2025, esse número caiu para 347, representando uma redução de 12,37%.

Municípios com Maior Incidência

Fortaleza liderou as estatísticas nos dois anos analisados. Em 2024, a capital respondeu por 279 dos 396 casos registrados, o que representa 70,45% do total estadual. Já em 2025, com 262 ocorrências, a cidade manteve a liderança, mas passou a representar 75,5% do total estadual.

Ou seja, embora os números absolutos tenham caído, a proporção relativa de casos concentrados na capital aumentou. Isso reforça a necessidade de manter ações contínuas em trechos litorâneos urbanos e pontos turísticos intensamente frequentados.

Outro ponto que merece destaque é Caucaia, que passou de 28 para 32 casos — uma alta de 14,3%. Trata-se da única cidade entre as mais citadas que apresentou aumento absoluto e percentual. Esse dado exige atenção redobrada às praias do município, com reforço da presença de guarda-vidas e sinalização de áreas críticas.

Além dessas, os seguintes municípios merecem menção: Jijoca de Jericoacoara subiu de 4 para 6 casos; Sobral teve aumento de 2 para 5 casos; Quixeramobim reduziu significativamente, de 8 para apenas 1 caso.

Essas mudanças demonstram oscilações geográficas que devem orientar o redesenho da cobertura operacional.

Prevenção e Riscos para Banhistas na Praia do Futuro – Uma Abordagem Integrada

A Praia do Futuro, localizada no litoral de Fortaleza (CE), é um dos principais destinos turísticos da capital cearense. No entanto, embora seja atrativa para o lazer, a região apresenta características naturais e comportamentais que a tornam uma das mais perigosas do estado para banhistas, conforme apontam os dados do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE).

A Importância da Prevenção

Manter a segurança dos frequentadores exige comportamentos preventivos conscientes e contínuos. Segundo o CBMCE, grande parte dos afogamentos poderia ser evitada com medidas simples de autoproteção e respeito às normas de segurança. Portanto, para reduzir os riscos e salvar vidas, o CBMCE recomenda as seguintes condutas essenciais de segurança aquática:

– Nadar apenas em áreas supervisionadas por guarda-vidas;

– Evitar entrar na água sozinho ou após ingerir álcool;

– Observar e respeitar as placas de advertência e bandeiras de sinalização;

– Supervisionar constantemente crianças, mantendo-as sempre ao alcance de um braço;

– Não mergulhar de cabeça em locais desconhecidos;

– Em situações de perigo, acione o socorro pelo 193 e evite tentativas de resgate sem preparo;

– Mantenha-se na linha da cintura ao entrar no mar, até conhecer a profundidade;

– Em caso de queimadura por água-viva ou caravela, lave com água do mar ou vinagre, evite coçar e procure atendimento.

Além disso, o CBMCE reforça a importância da educação preventiva contínua em escolas, associações, centros esportivos e empresas, promovendo uma cultura de segurança e primeiros socorros em ambientes aquáticos.

Principais Riscos na Praia do Futuro – Relato Técnico dos Guarda-Vidas

Apesar das campanhas educativas, os guarda-vidas da Praia do Futuro enfrentam riscos recorrentes e específicos, resultantes das condições oceanográficas locais, da geografia submarina e do comportamento dos frequentadores. A seguir, estão os cinco riscos mais críticos identificados:

Correntes de Retorno

As correntes de retorno (ou rip currents) são o principal fator de risco de afogamentos na Praia do Futuro. Elas surgem quando a água que se acumula na faixa de areia é devolvida ao mar por canais estreitos e potentes.

Essas correntes costumam ser disfarçadas pela aparência calma da superfície, com águas mais escuras e sem ondas, o que leva o banhista desavisado a entrar justamente na área mais perigosa. Uma vez dentro da corrente, o indivíduo é arrastado rapidamente para o mar aberto, dificultando o retorno à margem.

Buracos Submarinos (Valões) e Relevo Acidentado

O fundo do mar da Praia do Futuro apresenta desníveis abruptos que formam buracos conhecidos como valões. Esses buracos, muitas vezes ocultos sob águas tranquilas, podem ter profundidade de até três metros e causar perda repentina de sustentação, surpreendendo mesmo nadadores experientes.

A topografia irregular da região contribui para a formação de piscinas naturais enganosas, que transmitem falsa sensação de segurança.

Alta Frequência de Público

A Praia do Futuro concentra cerca de 75% dos resgates por afogamento realizados no Ceará. Esse dado está diretamente ligado à intensa frequência de banhistas, sobretudo aos fins de semana e feriados, quando a presença de turistas e moradores locais cresce exponencialmente.

O grande volume de pessoas aumenta a probabilidade de incidentes e sobrecarrega a atuação dos guarda-vidas, dificultando a vigilância individualizada.

Condições Oceanográficas Variáveis

Outro fator agravante é a instabilidade natural das condições de maré, vento e relevo submarino. Durante o dia, o nível da água e a intensidade das correntes mudam frequentemente, tornando áreas seguras em locais de risco em questão de minutos.

Essas mudanças exigem que os postos de guarda-vidas adaptem constantemente a sinalização de segurança, reforçando o papel da atenção e da prudência dos banhistas.

Presença de Animais Urticantes

Por fim, a região também apresenta risco biológico devido à presença de caravelas-portuguesas e águas-vivas. Esses organismos, ao entrarem em contato com a pele, causam queimaduras intensas, ardência e, em alguns casos, reações alérgicas graves.

O CBMCE orienta que, nesses casos, o ideal é lavar o local com vinagre ou água do mar, jamais aplicar água doce, e procurar atendimento médico se necessário.

Em conclusão, a Praia do Futuro reúne características naturais desafiadoras e alta exposição humana. Por isso, a prevenção é o principal instrumento de proteção da vida nesse ambiente. Por fim, a atuação dos guarda-vidas do CBMCE, aliada à responsabilidade individual dos frequentadores, constitui a base para uma experiência segura no mar. Conhecer os riscos, respeitar as orientações e adotar atitudes preventivas deve ser parte do comportamento de todo banhista — e também de toda a sociedade.

rodapé 100 anos